Da Lata
1995
1  Veneno Da Lata
2  Garota Sangue Bom
3  Tudo Vale A Pena
4  Um Dia Não Outro Sim
5  A Tua Presença Morena
6  Brasil É O País Do Suingue
7  Esse É O Lugar
8  Dois
9  Somos Um (Doomed)
10  S.L.A. 3
11  A Lata
12  Babilônia Rock (Disco Classics 3)
13  É Hoje
Veneno Da Lata
Fernanda Abreu / Will Mowat

Rio de Janeiro
Cidade maravilhosa
A lata
No fundo da madrugada
No silêncio na calada
De repente foi chutada
Na batida
Começou e batucada
Bate bate bate na lata
É lata da bateria

Mil novecentos e noventa e cinco
Sete e meia da manhã
Tá na hora de descer pra trabalhar
Tá na hora de descer pra ter
O que ganhar

Mil novecentos e noventa e cinco
Dez e vinte eu vou pra lá
(tá marcado pra chegar)
Ouviu dizer, ouviu falar
Não sabe bem, deixa pra lá
Dez e vinte eu vou chegar
Pra ver o que há

Suingue-balanço-funk
É o novo som na praça
Batuque-samba-funk
É veneno da lata (vamo bate lata)

Meio dia e quinze, eu nem acordei
Já vou ter que almoçar
(tá marcado pra chegar)
Não escuto o que eles dizem
Não escuto o que eles falam

Não falo igual não digo amém
Tem que falar com o Jê
Temque falar com o Zé
É batumaré

Seis e meia tô parado
Pôr-do-sol abotoado
Na lagoa, no aterro
Tô parado
Voluntários, São Clemente
Tô parado
No rebouças, túnel, velho
Tô parado pra ver

Swing-balanço-funk
É o novo som na praça
Batuque-samba-funk
É veneno da lata (vamo batê lata)

Depois mais tarde, já de noite
Tudo em cima, já no clima
Vou correndo te encontrar
(tá marcado pra chegar)
Vou te buscar, vou te pegar
Vou te apanhar pra te mostrar
Pra ver o que há
Pra ver o que há

É só subir sem se cansar
Depois descer pra trabalhar
Sete e meia, meio dia
Seis e meia, dez e vinte
Dez e vinte eu vou chegar pra te pegar
Pra ver o que há
Pra ver o que há

Suíngue-balanço-funk
É o novo som na praça
Batuque-samba-funk
É veneno da lata (vamo batê lata)

Garota Sangue Bom
Fernanda Abreu / Fausto Fawcett

Junto com a boca
Vem a coxa debochando
No compasso do escândalo dançante
Meio samba meio funk
Vem dançante no açúcar
Da presença feminina carioca
Suburbana, carioca zona sul

Corpo que é alma
Assim sublime irresistível inspiração
De cidade maravilha cortesã
Sintetizada pelas ondas
De um corpo feminino que é
Prestígio de calibre sensual

Olha o jeitinho dela falar
Olha o jeitinho dela dançar
Olha o jeitinho dela olhar
Olha o jeitinho dela andar
Olha o jeitinho dela paquerar
Olha o jeitinho dela go-go-go

Garota carioca
Suingue sangue bom
Garota carioca
Suingue sangue bom

Dá gosto de ver a inteligência
Movendo um corpinho como esse

Luz gostosa de boate
Fervilhante pagodinho churrascante
Na noturna suburbana
Tem garota sangue bom
Garota sangue bom
No charme do suingue
Do desejo inevitável
Que é convite irrecusável
Que é o açúcar da presença
Feminina carioca
Quente paraíso do espírito excitado
Pela festa dos sentidos animados
Pelo sol
Quente paraíso do espírito excitado
Pela festa dos sentidos animados
Pelo mar

Garota carioca
Suingue sangue bom
Garota carioca
Suingue sangue bom

Tudo Vale A Pena
Fernanda Abreu / Pedro Luís

Crianças nas praças
Praças no morro
Morro de amores, rio
Rio da leveza desse povo
Carregado de calor e de luta
Povo bamba
Cai no samba, dança o funk
Tem suingue até no jeito de olhar
Tem balanço no trejeito, no andar

Andar de cima
Tem a música tocando
Andar de trem
Tem gente em cima equilibrando
Andar no asfalto
Os carros quentes vão passando
Andar de baixo
Tem a moça no quintal cantarolando

Rios e baixadas
Com seus vales vale a pena
Sua pobreza é quase mito
Quando fito o seu contorno
Lá do alto de algum dos seus mirantes,
Que são tantos

E quem te disse
Que miséria é só aqui?
Que a miséria não sorri?
Quem tá falando
Que não se chora miséria no Japão?
Quem tá pensando
Que não existem tesouros na favela?

Então tudo vale a pena
Sua alma não é pequena
Seus santos são fortes
Adoro o seu sorriso
Zona sul ou zona norte
Seu ritmo é preciso

Então tudo vale a pena
Sua alma não é pequena

Um Dia Não Outro Sim
Fernanda Abreu / Marcelo Lobato
Aditional iyrics (rap) by Daddae Harvey - courtesy of Soul II Soul

Well sista Fernanda
I want you for step up
With this ya one ya now
Quick quick quick

A vida inteira assim
O que eu sou devo a mim
E aos meus amigos serei
Fiel até o final

Não vem você me dizer
O que ninguém quer saber
Fique na sua e talvez
Ainda possa ter ouvir

Quem é você
Pra me dizer
O que é que eu devo fazer ou
O que eu não devo fazer

A vida inteira pra mim
Um dia não outro sim
Difícil é reconhecer
Saber ganhar ou perder

Mas tudo bem não faz mal
Nem todo o mundo é igual
A vida dá tantas voltas
Não se sabe o final

Quem é você
Pra me dizer
O que é que eu devo fazer ou
O que eu não devo fazer

We’ve got the whole life to live
So let’s live it true
I am i and you are you
So who are you to tell me
What i can and can’t do
My name is daddae harvey
And i’m just a pass thru
Cause sometimes it’s yes
And sometimes it’s no
You only reap ya know what you sow
And sometimes you win
Ya know sometimes you lose
It’s up to me to pick and choose
Quem é você…
Pra me dizer
O que é que eu devo fazer ou
O que não devo fazer

A Tua Presença Morena
Caetano Veloso

A tua presença
Entra pelos sete buracos
Da minha cabeça
A tua presença
Pelos olhos, boca, narinas e orelhas
A tua presença
Paralisa o meu momento
Em que tudo começa
A tua presença

A tua presença
Desintegra e atualiza
A minha presença
A tua presença
Envolve meu tronco,
Meus braços e minhas pernas
A tua presença
É branca, verde, vermelha,
Azul e amarela
A tua presença
É negra, é negra, é negra, é negra
A tua presença

A tua presença
Transborda pelas portas
E pelas janelas
A tua presença
Silencia os automóveis
E as motocicletas
A tua presença
Se espalha no campo
Derrubando as cercas
A tua presença

A tua presença
A tudo que se come,
Tudo que se reza
A tua presença
Coagula o jorro da noite sangrenta
A tua presença
É a coisa mais bonita
Em toda a natureza

A tua presença
Mantém sempre teso
O arco da promessa
A tua presença
É negra, é negra, é negra, é negra
A tua presença

Brasil É O País Do Suingue
Fernanda Abreu / Fausto Fawcett / Laufer / Hermano Vianna

Vamo lá rapaziada
Todo mundo dançando
Vamo lá rapaziada
Todo mundo pulando

Vamo lá rapaziada
Todo mundo dançando
Dançando sem parar

O brasileiro é do suingue
O brasileiro é do baile
O brasileiro é de festa
O brasileiro tem carnaval no sangue
Tem carnaval no sangue

Eu digo
Deixa solta essa bundinha
Deixa solto esse quadril e grita

Brasil, Brasil
Brasil é o país do suingue

Vem comigo dançar
Em Belém do Pará
Na festa aparelhagem tupinambá

Vem comigo vem dançar
O reggae do Maranhão
Nos tambores da crioula
À toa rebolar
Vem comigo dançar
O forró bem Cearense
E o reggae do surfista catarinense
Vem comigo pra São Paulo,
Vem dançar na Liberdade
Se acabar na festa funk-japonesa,
Que beleza
Vamo pra Bahia se acabar na rua
No escolacho da delícia
De vontade de festa
É timbalada, ilê aiê,
Candomblé de umbandance
É timbalada, eiê aiê,
Candomblé de umbandance
Vem dançar em Pernambuco
O mangue-beat recifense
Vem dançar em Porto Alegre
O rock-funk do Ocidente
Vem comigo, vem pro Rio de Janeiro
Vem comigo, vem pro Riio de Janeiro
Cidade do swing sensual demais
Toda a esquina é samba-funk,
Vem pro Rio de Janeiro
Terra de malboro,
Rei dos bailes big mix
Big mix total big mix total

Honolulu
Honolulu
Honolulu
Honolulu

Eu digo
Deixa solta essa bundinha
Deixa solto esse quadril e grita

Brasil, Brasil
Brasil é o país do suingue

Vamo lá rapaziada
Todo mundo dançando
Vamo lá rapaziada
Todo mundo pulando

Vamo lá rapaziada
Todo mundo dançando
Dançando sem parar

Funk Nordeste
Funk Noroeste
Funk Centro-Oeste
No Sudeste, Norte-Sul

Mato Grosso, Pernambuco,
Maranhão e Goiás
Rondônia, Paraíba, Paraná,
Minas Gerais
Brasília, Roraíma,
Piauí, Espírito Santo
São Paulo, Ceará, Acre, Tocantins
Amazonas, Sergipe, Alagoas, Amapá
Santa Catarina, Bahia e Pará
Rio Grande do Norte,
Rio Grande do Sul
Grande Rio de Janeiro

Eu digo
Deixa solta essa bundinha
Deixa solto esse quadril e grita

Brasil, Brasil
Brasil é o país do suingue

Honolulu…

Esse É O Lugar
Fernanda Abreu / Fernando Vidal / Aurélio Dias

Eu nasci aqui
Me criei aqui
De lá nada sei
Eu só sei de mim

Quando vou pra lá
Vejo coisas daqui
Quando volto pra cá
Vejo coisas de lá

Quero saber
O que se passa aqui
Quero saber
O que se passa por lá
Quero saber
O que se passa em todo o lugar

Eu tenho estado aqui
Fazendo coisas daqui
Então estarei sempre lá
Assim em todo o lugar

Eu nasci aqui
Me criei aqui
De lá nada sei
Eu só sei de mim

Quando vou pra lá
Me sinto longe daqui
Quando volto pra cá
Me sinto perto de lá

Jorge Benjor é daqui
James Brown é de lá
Carlinhos Brown é de todo o lugar

Eu sou um pouco daqui
Eu sou um pouco de lá
Mas as coisas que eu falo
São de qualquer lugar

Mas as coisas que eu sinto
São de qualquer lugar
Mas as coisas que eu como
Eu como em qualquer lugar
E pelas coisas que eu vejo
Esse é o lugar

Eu nasci aqui
Me criei aqui
De lá nada sei
Eu só sei de mim

Quando vou pra lá
Sinto falta daqui
Quando volto pra cá
Me faltam coisas de lá

Com os pés aqui
Com a cabeça lá
Minha visão daqui
O meu olhar de lá

Vou vivendo
Misturado misturado
Vou vivendo
Misturado misturado

Aprendi
As coisas que se fazem aqui
Aprendi
As coisas que se fazem por lá
Aprendi
A misturar e servir

Eu nasci aqui
Me criei aqui
De lá nada sei
Eu só sei de mim

Dois
Fernanda Abreu / Pedro Luís / Will Mowat

Arfar
Dançar
Olhar de encontro
Dar de ombros e seguir já

Se quiser
Voltar
Se vier
Brindar

Seguir
É o que marca o beat do meu coração
Alçar
Do ponto culminante
O vôo leve

Mas é que sem você por perto
Mesmo em meio à multidão
Me sinto deserto
Certo da mais pura solidão

Calor que é bom colado
Ao corpo ao rosto
Sensação
De ver o mar incendiado
De paixão

Mas deixa isso de lá de lado
Do lado de lá

Um
Brinde
Bring back

Come sing
Brinque
Black
Com suingue

Somos Um (Doomed)
Mathilda Kovac

Somos um
Desde o começo
Somos um
Somos um

Somos um
Esse é o preço
Não vai fugir de mim
Comigo até o fim

Somos um
Como um átomo
Somos um
Como um som
Somos um
Ditongo-hiato
Somos um
Como um mal que é bom
Somos um
E não há nada a fazer
A não ser se o amor morrer
Então seremos dois
Mas por hora isso fica pra depois
Somos um

Nessa e em todas
Não vai fugir de mim
Quebrar nossas bodas
O mesmo céu
O mesmo ar
Até que a morte
Venha nos buscar

We are doomed
And there’s nothing we can do
Except wait
For the death
Of this love
And maybe we’ll be free
But for now we have
To face the fact that
We are doomed
To each other
Don’t go any further
Don’t break the rules
Don’t break my heart
Until death break
And set us apart

S.L.A. 3
Fernanda Abreu / Marcelo Lobato / Chico Neves

Lá de cima se via o cristo
Braços abertos sobre a minha cabeça
A me proteger
A me guiar

S. Sebastião lembrança aérea
S. Sebastião local agreste
Seu lugar amado
Seu lugar adorado

São lugares, ares
Sítios, lagoas, arredores
Subindo ladeira acima
Samba levada ardente
Sempre levando alegria
Sempre levando amizade
Sempre levando animação
Suingue legal abalando

S. Sebastião lembrança aérea…

Subindo ladeira acima
Saliva, língua áspera
Souvenir letal, aparato
Submundo latindo alto
Submáfia latindo alto
Só luxo abusado
Só lixo acumulado
Só, longe, abandonado

S. Sebastião lembrança aérea…

Suas lindas árvores
Sua luz azul
Sensual legenda atemporal
Signo, letra, alfabeto
Sampler língua antropofágica
Saboreando lá aqui
Saboreando longe ali
Sample like a jungle

Simple like a window
Sentindo longe alto
Sempre levando adiante
Sabe lá aonde?

A Lata
Fernanda Abreu / Marcos Suzano / Chacal

A lata
No fundo da madrugada
No silêncio na calada
De repente foi chutada
Na batida
Começou a batucada
E o som seco dessa lata
Era um funk lá na Lapa
Era o wailers na Jamaica
Um pagode na Nigéria
Era o morro em pé de guerra

Diz na lata chuta lata vira lata
Diz na mão diz no pé diz que diz

Na lata
Nego diz
E não entala
Demorou sangue bom
É o bonde é o trem
Do estácio ao pavão
Não tem pra ninguém
Do borel, ao tabajaras
Na mangueira na cruzada
Já no morro dona Marta
Da lata
Sai o gênio da fumaça
Que do mar veio pra areia
Coisa boa deu na praia

Pra fazer a cabeleira
Da galera que incendeia
Na panela no vapor
Frigideira agogô
Grumari Arpoador
Da macumba a mambucaba
Na restinga marambaia

Diz na lata chuta lata vira lata
Diz na mão diz no pé diz que diz

Todo o poder vira lata
Todo o poder chuta lata
Todo o poder para lata

Babilônia Rock (Disco Classics 3)
Lincoln Olivetti / Robson Jorge / Guto Graça Melo / Naila

Você vai cair de boca
Enlouquecer
Você tá marcando touca
Vem me conhecer

Por aí é carnaval
Veneno não faz mal
Tem serpente, serpentina
Saca na geral

Rio babilônia
Oh oh oh

É Hoje
Didi / Mestrinho

A minha alegria atravessou o mar
E encorou na passarela
Fez um desembarque fascinante
No maior show da Terra
Será
Que eu serei o dono dessa festa?
Um rei
No meio de uma gente tão modesta
Eu vim descendo a serra
Cheio de euforia para desfilar
O mundo inteiro espera
Hoje é dia do riso chorar
Levei o meu samba pra mãe-de-santo rezar
Contra o mau-olhado eu carrego o meu patuá, eu levei
Levei o meu samba pra mãe-de-santo rezar
Contra o mau-olhado eu carrego o meu patuá
Acredito
Acredito ser o mais valente
Nessa luta do rochedo com o mar
E com o mar…
É hoje o dia
Da alegria
E a tristeza
Nem pode pensar em chegar
Diga espelho meu
Se há na avenida alguém mais feliz que eu
Diga espelho meu
Se há na avenida alguém mais feliz que eu

Da Lata
1995
por Will Mowat
por Hermano Vianna
por Marcelo Tas
por Fausto Fawcett

I am writing this with a heavy heart, for this evening Fernanda and her friends are leaving my great city of London to return home to Rio de Janeiro. We’ve come to the end of making of her third album. The work started one and a half years ago, so you can undestand my sadness that it is all over!

My involvement with Fernanda went through several stages. It started when I first came to Brazil in the Autumn of 1993 with Soul II Soul, who were doing some concerts in São Paulo and Curitiba. I went into a record shop and bought a collection of albums, amongst which was Fernanda’s BE SAMPLE. I didn’t hear any of the music until I returned to London, but when I did, Jorge de Capadócia played over and over again until my CD player blew up!

That was the trigger – I just had to find out who this Fernanda Abreu was! I faxed her management company to tell them how much I liked what I heard, and they responded by saying how much Fernanda liked Soul II Soul, and that they were starting to think about her next album.

We continued to communicate, and in January 1994, I travelled to Rio de Janeiro to meet Fernanda and her people. In the two weeks that I was there, I saw her in action in a number of concerts in Rio and Salvador. We also wente into a studio in Rio to put some ideas down.

And that was that until the Autumn of that year, when Fernanda came over to London to continue with the projetct. She brought with her some ideas she had been working on. Within days we had prepared four demo songs; these were the first “proper” songs of the album – the album was on its way! Fernanda made lots of friedns here. We all remember her visit because while her feet were on English soil, it didn’t rain once and the sun shone every day. The moment her plane took off for Brazil, the heavens opened and it rained and rained.

In March of this year, I flew into Rio again. Brazil was fast becoming one of my spiritual homes on Earth, with Rio’s Zona Sul being one of the places in the world I would happily make my home. In the month I was there, I became a fan of the Carioca way of life, a fan of Flamengo (3-2 against Botafogo, hah!) and a fan of all the wonderfully talented and creatively musical souls that we brought into the album.

My friend and fellow-producer on Fernanda’s album, Liminha, had already completed his songs by the time I arrived, so the day after I finished mine, we left for London to mix at Soul II Soul studio. Our mix went to plan (almost!), which meant that we finished up with a superb album, a loud and assertive statement of where Fernanda is at this point of her career, and a great basis for her continuing future development. How would you describe it? There’s funk, of course. Oodles of groove. Melody. Harmony. Dance. There’s a string orchrestra. And Mangueira percussion. And… Fernanda at the centre, laying it on the line.

She was a joy to work with, a pussycat even. If Fernanda is an icon for Rio, she is also a person and artist in her own right. She has a strong and unique musical personality which is quite unlike anuthing else that’s going on in Brazil, and I really wanted that to come through. I think we succeeded.

WILL MOWAT

Escrevo este texto com um peso no coração. Hoje a noite Fernanda e seus amigos estão deixando a minha fantástica cidade de Londres, para retornar ao Rio de Janeiro. Chegamos ao fim da produção do seu terceiro disco. Trabalho que começou há um ano e meio, então pode-se entender a minha tristeza agora que chegou ao fim.

Meu envolvimento com a Fernanda passou por diversas etapas. Tudo começou quando fui ao Brasil pela primeira vez no outono de 1993 com o Soul II Soul, para fazer shows em São Paulo e Curitiba. Entrei numa loja e comprei uma coleção de discos, entre os quais “Be Sample” da Fernanda. Não pude ouvir nenhum deles até voltar a Londres, mas aí então, Jorge de Capadócia tocou sem parar até detonar meu CD player!

Foi o estopim! – Eu tinha que descobrir quem era esta Fernanda Abreu! Mandei um fax à sua gravadora pra dizer o quanto eu tinha gostado do que tinha ouvido e eles responderam dizendo o quanto a Fernanda gostava do Soul II Soul, e que estavam começando a pensar no seu próximo disco.
Continuamos os contatos e em janeiro de 94 viajei ao Rio pra conhecer Fernanda e sua turma. Nas duas semanas que passei lá, eu a vi ao vivo em shows no Rio e Salvador. Também gravamos num estúdio do Rio algumas idéias iniciais.

E isso foi tudo, até o outono de 94, quando Fernanda veio a Londres pra dar continuidade ao projeto. Ela trouxe algumas idéias nas quais vinha trabalhando e em poucos dias já tínhamos uma DEMO com quatro músicas. Essas foram as primeiras faixas “propriamente ditas” do disco. Havia sido dada a largada. Fernanda fez muitos amigos aqui. Todos lembramos de sua visita porque enquanto seus pés estiveram em solo britânico, não choveu nenhuma vez e o sol brilhou todos os dias. No instante em que seu avião decolou, o céu abriu e choveu sem parar.

Em março deste ano, voltei novamente para o Rio. O Brasil rapidamente estava se tornando um dos meus lares espirituais na Terra e a Zona Sul do Rio, um dos lugares do mundo onde eu moraria com o maior prazer. Durante o mês que passei lá, virei fã do estilo de vida carioca, fã do Flamengo (3-2 contra o Botafogo, hah!) e fã de todas as criativas e talentosas almas musicais que participaram do disco.

Meu amigo e co-produtor no disco de Fernanda, Liminha, já tinha concluído as suas faixas quando eu cheguei, por isso um dia depois que concluí as minhas, partimos pra Londres pra fazer a mixagem nos estúdios do Soul II Soul. A mixagem correu de acordo com nossos planos (quase), o que significa que terminamos com um disco excepcional. Uma expressão clara e segura de onde Fernanda se encontra neste momento de sua carreira e uma base sólida para o seu desenvolvimento no futuro. Como descreve-lo? Tem funk, é claro. Toneladas de grooves. Melodia. Harmonia. Dance. Tem uma orquestra de cordas. E percussão da Mangueira e… Fernanda no meio disso tudo botando pra quebrar.

Foi um prazer trabalhar com ela, que além de tudo é uma gata. Se a Fernanda é um ícone para o Rio, também é uma pessoa e uma artista com personalidade própria. Uma personalidade musical forte e única, bastante diferente de tudo que acontece no Brasil, que é o que eu queria mostrar. Acho que conseguimos.

Tradução: Monika Pecegueiro do Amaral e Simon Fuller

DA LATA

Para quem ainda não sabe, Da Lata vem anunciar: o pior já passou, o Rio está salvo, e a salvação do Rio é a salvação nacional. Não importa a torcida contrária das manchetes de jornal ou das rajadas de AR-15. Como num sonho utópico de Darcy Ribeiro, a cultura carioca já reiventou a cidade, criando as bases para a instauração de um período de tranqüilidade e criatividade que vai tomar as ruas como um arrastão.
Devaneio? Irresponsabilidade polyanna de quem não quer ver que o perigo mora ao lado, isto é, aqui dentro? Nada disso: Fernanda Abreu sabe que o perigo é evidente, mas sabe também (como já disse um poeta romântico alemão) que é no perigo que está a salvação, que é possível transformar perigo em salvação. Só não enxerga o outro lado da moeda ou o outro lado do túnel quem não quer.
Por pouco eu não caí neste conto: o de que a cultura carioca estava perdida para sempre, e que o destino da cidade era se transformar num apartheid de guetos em guerra civil. Quando aconteceu aquele primeiro arrastão no Arpoador, e os funkeiros foram transformados em bodes expiatórios para todos os problemas da cidade, pensei que dali para frente só o pior poderia acontecer. Os grupos sociais passariam a viver isolados e apavorados. O Rio aprenderia, sob o império e a publicidade da violência, o credo americano: aquele para o qual, segundo Caetano Veloso, branco é branco, preto é preto, e a mulata (como o samba, como o funk) não é a tal.
Naquela época, eu estava preparando minha tese sobre a transformação do samba em música nacional brasileira. O que mais me impressionava nessa história era ver como existia, no Rio do início deste século, uma atividade febril de contatos entre elite e povo entre asfalto (ou pedras portuguesas) e favela, entre as zonas que um dia seriam chamadas de Sul e Norte. Tudo o de melhor aconteceu na cultura musical (e não só nela, vide o exemplo de Hélio Oiticica) carioca e brasileira, do samba à Jovem Guarda, não foi produto de um único grupo social ou de um único gueto. Isolar o funk seria suicídio, pura e simplesmente.
A verdade é que o isolamento do funk (e o isolamento do Rio pobre) foi mais uma ilusão de ótica. As mesmas mídias que viam os funkeiros como demônios faziam de Xuxa a embaixatriz do funk. O balanço eletrônico produzido nos estúdios de Lins e Vasconcelos (terra de Marlboro) invadiram (junto com o pagode suingue, o que não deixa de ser curioso), as festas infantis dos mais fechados e vigiados condomínios da Barra. E do outro lado da cidade partida, não foi só a tecnologia armamentista que subiu o morro, mas também a tecnologia musical do sampler e da bateria eletrônica. Quando ninguém esperava, e no pior momento político-social para isso acontecer, a cultura eletrônica de morro tomou conta da programação normal das rádios cariocas de maior audiência. Preste atenção no rap do Borel: aquilo não é funk de Miami, aquilo é funk-samba e tudo mais, aquilo só poderia ter sido produzido no Rio. E cante comigo, parodiando o refrão de melhor música de 95: “eu só quero ser feliz, andar tranqüilamente na cidade onde eu nasci.”

II

Então, a cultura carioca deu a volta por cima: Da Lata é a celebração desse novo Rio. Mais do que isso: Da Lata é parte do processo de recriação da identidade carioca, a reivenção do orgulho de ser daqui, de redescobrir não só os tesouros da favela (como diz a letra de Tudo vale a Pena), mas os tesouros de todos os outros lugares (vide a letra de Esse é o Lugar), indicando qual vai ser o Rio do futuro, do novo armistício.
O ufanismo aqui não é nada inocente. Fernanda Abreu sabe que, hoje em dia, todo mundo, mesmo o mais orgulhoso carioca (e quem pode ser mais orgulhosamente carioca do que Fernanda Abreu?) é assim como ela canta: “eu sou um pouco daqui, eu sou um pouco de lá.” Para esse dilema não há salvação, o melhor é aprender viver aqui e lá, totalmente globalizado e totalmente localizado, tudo ao mesmo tempo “vou vivendo, misturado, misturado”. Com relação à mistura, o Rio já nos deu a régua e o compasso. A dance music pode nos ensinar o resto: principalmente a usar o computador para continuar misturando tudo. A dance music carioca é a nova malandragem, a nova teoria da mestiçagem cultural, o ritmo mulato que é o tal. A percussão da Mangueira é reprocessada no computador de Will Mowat; o pandeiro de Marcos Suzano e o tamborim de Bodão são digitalizados no sampler do Liminha: a tecnologia só vem acelerar e potencializar a sabedoria misturada do Rio.
O Rio não é melhor do que qualquer outro lugar. Mas o Rio é a “cidade do swing, sensual demais”. O Rio é o “quente paraíso do espírito excitado pela festa dos sentidos animados pelo sol”. Ninguém pode com uma cidade como essa. Uma cidade como essa tem lições importantes para dar ao mundo, que só ela pode dar. Sem o Rio (e, por outros motivos, sem São Paulo, sem Manaus, sem Porto Alegre, sem Paconé, sem Jardim do Seridó, etc.) o Brasil não seria nada. E sem o Brasil o mundo seria muito pouco misturado e portanto muito chato.

FERNANDA DA LATA

Quem não conhece Fernanda Abreu, pensa tratar-se de uma garota metida. E acerta em cheio: ela é metidíssima. E esta é apenas uma das suas qualidades.
Quanto mais Fernandinha conecta suas antenas com os batuques do planeta, mais ela se torna carioca e pontiaguda como o Pão-de-Açúcar. E quanto mais carioca; mais ela se torna paulista, pernambucana, novaiorquina, paquistanesa e universal, como diz o provérbio.
Neste CD, ela vai a Londres. E se mete com os neguinhos e neguinhas do Soul II Soull (cujo produtor é um branquelo suíço: o Will Mowat). E como é mais metida do que os próprios britânicos, acabou acariocando a moderna África que vem da Inglaterra.
Aqui está a qualidade da metideza da moça. Fernanda está plugada no mundo, mas não está subordinada a ninguém.
Esta é a marca “Da Lata”: um big mix pau a pau de DJs cariocas e londrinos, paulistas e parisienses, gregos e goianos… É uma timbalada na arquibancada. Uma espécie de encontro esportivo-musical do Gaviões da Fiel com o Morro da Mangueira. Dos holligans do Manchester United com os Wailers da Jamaica.
Todos temos de aprender a ser metidos como a Fernanda. De peito estufado, olhar altivo e samba-funk no pé. E deixar de sermos o brasileiro das crônicas de Nélson Rodrigues, com as mãos nos bolsos, chupando laranjas e empesteados pelo complexo de vira-latas do terceiro mundo. Deus abençoe a metideza da Fernandinha. E a sua encantadora beleza de garota carioca suingue sangue bom.

MARCELO TAS

A LATA NUA!

Fernanda Abreu sempre mandou na lata, quer dizer, sempre foi direta na sua afirmação da delícia de viver, da delícia de viver no Rio. No centro dessa delícia de afirmação a sua vocação pra dançar e fazer música, pra dançar além é claro da sua deliciosa presença sexy-bonita. Fernanda sempre mandou na lata que música tem que forma for-rockxote-forró ou soul de samba funk ou valsa de tango reggae ou vagabundos hooked ons de let’s dance no caldeirão do varejão pop. Música pra ela tem que tocar no gen do suingue lascivo ancestral, refinar o corpo no molejo, aguçar o sexo na ginga, detonar o barato de qualquer um acontecer enquanto forma física. Fernanda sempre mandou de um jeito bem carioca esse papo de música dançante mesmo porque o Rio de Janeiro respira, transpira, celebra em cada esquina todas as gingas de batuque pancadão de equipe som de batucada funk. É onda-ritmo de som durante o dia, pela tarde, bem de noite e, como não? Na madrugada inteira, mesmo que você não queira vai caindo na osmose envolvimento de suingue da cidade suburbana praieira. Por essas e outras é que Fernanda sempre mandou na lata e agora, nua na capa do disco, tá exposta a fartura da sua visão-vivencia-vocação-visão de brasileira garota carioca. Garota sangue bom.
E a vivência-vocação-visão de brasileira carioca tem na música TUDO VALE A PENA sua melhor tradução, síntese máxima do suinge lascivo carioca. É ouvir a música e sair girando numa sambadinha funk. Essa música tem uma divertida safadeza dançante e Fernanda bota pra fora, na lata, esfrega na cara de todos na maior fé sua porção cabrocha bailarina go-go. Também nessa música o suingue da fala tá nítido, tanto na letra precisa no que diz respeito ao sentimento de grandeza e felicidade de festa musical, sensual, normal possível no meio de qualquer luta de pobreza. “Crianças nos morros, nas praças, nos morros. Morro de amores. Rio da leveza de um povo carregado de calor e de luta. Povo bamba. Quem disse, quem pensa que não existem tesouros na favela?” Seus santos são fortes quanto no jeito de Fernanda cantar-malemolência da palavra falada cantada. E só prestar atenção no jeito dela cantar “… cai no samba dança funk tem suingue até no jeito de olhar. Tem balanço no trejeito, no andar Andar de cima tem a música tocando. Andar de trem tem gente em cima equilibrando”. Ela sabe que quem tem suingue no corpo tem suingue na fala. Junto com a coxa vem a boca. A coxa chega no escândalo dançante meio samba meio funk e quando a boca chega e se abre falando o dizer é só prazer de acompanhar a coxa.
É cabeça de chave de um grupo de músicas que inclui ainda a excelente vinheta A LATA onde Fernanda e Chacal fazem um dueto maravilhoso em clima de ecos de fala metralhada que lembra direto Rio 40º. “A lata no fundo da madrugada no silêncio, na calada de repente foi chutada e na batida começou a batucada.” Também tem Garota Sangue Bom, Veneno na Lata e Esse é o Lugar. Músicas do Rio onde levadas de batucada se casam com andamentos funk e pitadas de sampler tocando gostoso no nervo do morro e do asfalto. Nervo da bateria eletrônica do pagode.
Não adianta, ela é carioca e é dessa perspectiva Rio de Janeiro que ela homenageia celebra a vocação festiva nacional na outra música síntese tradução do tesão de se acabar dançando de qualquer jeito / Brasil é o país do suingue. Esculacho de gozo dançante explicitado na letra. “Vamo lá rapaziada todo mundo dançando, vamo lá rapaziada todo mundo pulando, dançando sem parar, O brasileiro é do suingue o brasileiro é do baile, o brasileiro é de festa. O brasileiro tem carnaval no sangue. E deixa solta essa bundinha, deixa solto esse quadril e grita Brasil, Brasil, Brasil é o país do suingue…” Uma festa de arromba que reuniu de Herbert Vianna e Regina Casé, de Paula Toller a Lulu Santos todos juntos, gritando, cantando, convocando toda as entidades rítmicas, todas as manifestações musicais festivas de todas as regiões do país a fim de incrementar o carnaval geral. Beleza. Mas Fernanda sabe mandar na lata músicas lentas (muito boa essa simples terminologia de baile e festinha+música agitada e música lenta); Lentinhas que lambem os ouvidos com competência de sedução total. S.L.A. III é lentinho suingado de boate com sotaque Madonna de Fernanda cantando o refrão. “São Sebastião lembrança aérea, São Sebastião lugar agreste…” Lentinha suingada de boate com sensacional letra acróstica. As iniciais S.L.A. sendo desvendadas de formas inesperadas. A garota tá mandando ver na pena xará.
Tem também lentinha bossa nova pra passeio, a deliciosa SOMOS UM. É botar a música e sair flanando por paisagens de domingo amoroso. Tem também lentinha charmosa, do gênero charm, pra dançar juntinho sincronizado num baile ou agarradinho assim assim, o nome dela? UM DIA NÃO OUTRO SIM. Tem também DOIS e a regravação de A TUA PRESENÇA de Caetano Veloso com um final de batucada puxada meio surpresa bacana. Pra coroar o disco um bonus track, faixa-brinde com outra celebração: RIO BABILÔNIA o discotecante hino do astral sacana festivo da cidade maravilha mutante. Quente paraíso do espírito excitado pela festa dos sentidos animados pelo mar, pelo sol e pelas suas garotas. Quem gosta de dançar, se divertir, tirar um sarro com a vida e, por aí namorar vai se fazer com esse disco. Além do mais, cá entre nós, Fernanda Abreu é única no país em se tratando desse papo pop dançante. Agora mais que nunca ela tá mandando na lata e, nua na capa do disco, tá expondo a fartura da sua visão-vivência-vocação de garota brasileira carioca. Divirtam-se com essa garota sangue bom. Fernanda é uma delícia. Fernanda é demais. Tenho dito.

FAUSTO FAWCETT

Da Lata
1995

DA LATA Concebido por Fernanda Abreu Produzido por Liminha e Will Mowat Direção artística João Augusto Coordenação Geral José Fortes Coordenação de produção Marcelo Sebá (RJ) e Simon Fuller (Londres) Gravado nos estúdios Nas Nuvens e Discover, no Rio de Janeiro em jan/fev/mar de 1995
Engenheiros de gravação Renato Muñoz, Márcio Gama, Liminha, Luiz Paulo e Guilherme Reis Assistentes de gravação Marco Aurélio e Rodrigo Lopes (Nas Nuvens) e Márcio Lima (Discover) Assistência Técnica Paulo Henrique Lima (Nas Nuvens) Mixado no estúdio Soul II Soul em abr/95 por Eugene “eugenius” Ellis, Liminha e Will Mowat Engenheiro de mixagem Eugene “eugenius” Ellis Assistentes de mixagem Ras Sima e Tony “Mutley” Matthew (Soul II Soul) Masterizado na Magic Master por Ricardo Garcia A FAIXA BONUS TRACK “BABILÔNIA ROCK” produzido por Marcelo “Memê” Mansur Gravado nos estúdios Impressão Digital – Discover e Nas Nuvens Engenheiro de gravação Renato Luiz 2º engenheiro Fábio Henrique (Discover) Assistente de gravação Marcelo Hoffer (impressão digital) e Rodrigo Lopes (Nas Nuvens) Mixado no estúdio Quad (New York) por John Poppo Assistente de mixagem Chris Barnett Assistente de produção (NY) Kathrin Dean Remixado no estúdio Impressão Digital (RJ) por Renato Luiz e Memê 2º Engenheiro de mixagem Geraldo Tavares Assistente de mixagem Marcelo Sombra A FAIXA “DA LATA” produzida por Chico Neves Gravada nos estúdios Dubas e Nas Nuvens (RJ) Engenheiros de gravação Chico Neves e Renato Muñoz Assistente de gravação Rodrigo Lopes Mixada no estúdio Soul II soul (Londres) por Will Mowat Engenheiro de mixagem Tony “Mutley” Matthew E Todos os arranjos de base por Liminha , Will Mowat , Memê e Fernanda Abreu exceto “Esse é o Lugar” por Aurélio Dias, Fernando Vidal, Fernanda Abreu e Liminha “SLA 3” por Chico Neves, Fernanda Abreu e Liminha Todos os arranjos vocais por Felipe Abreu, Fernanda Abreu, Liminha e Will Mowat + Capa Luiz Stein Concepção Luiz Stein e Fernanda Abreu Direção de arte e cenografia Luiz Stein Fotografia Walther Carvalho Figurino Cláudia Kopke e Luiz Stein Maquiagem Fernando Torquato Produção Christina KierAssistente de cenografia e arte Daniel de Souza Assistente de fotografia Marcelo Sebá Cenotécnica Adilio e Emily Pirmez À obra fundamental de Arthur Bispo do Rosário AGRADECIMENTOS Luiz, Sofia, Severina, meu pai, minha mãe, Liminha, Will, Memê, Chico, Vidal, Aurélio, Bodão, Lobatinho, Fausto, Laufer, Felipe, Herbert, Hermano, Chacal, Tas, Paralamas, Zé, Jê, Patricias, Silvio, Lu, Sebá, Simon, Serico, Severo, Dantas, Pedro Luís, Mekler, Mathilda, Zoli, Fabio F., Lulu, Paula T., Regina C., Debinha, Sandra K., Luiz Henrique, Camila, Leila, Monika, Suzano, Lenine, Jaquinho M. e strings session, Luiz B., Flavio G., Celso F., William M., Suzana B., Cecília S., Ivo Meireles e ritimistas da Mangueira, e a todos os músicos que participaram brilhantemente do disco. Queria agradecer também a todo o pessoal da EMI em especial João Augusto e Renato Costa, + um beijo e obrigada a Renato, Marcio Gama, Paulo e todo o pessoal do Nas Nuvens – Jazzie B., Daddae, Eugene, Zima, Tony, Andy, Naptali, Mishakand the Soul II Soul collective. Will Mowat’s thanks go to all those talented musicians in Rio especially you, you and you! and Briditta, Hannah and Jerome for their long-distance love. Fernanda – I now share your love for Rio de Janeiro. “Legalize já porque uma erva natural não pode te prejudicar (Planet Hemp) DEDICO ESTE DISCO A todos os ritmos e levadas desta cidade maravilhosa – a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro e a Sofia Stein – garota carioca suingue sangue bom.

Da Lata
1995
Da Lata
1995