Fernanda Abreu, cantora, compositora e bailarina, iniciou sua carreira musical em 1982 como backing vocal da banda Blitz, banda pop-rock nacional de maior sucesso dos anos 80.
Em 1990 estréia sua carreira solo lançando o precursor e inovador álbum pop “SLA Radical Dance Disco Club”, com referências na disco music, hip hop, funk, funk carioca, house, soul e samba. Pioneira na cena da dance music no Brasil, hoje Fernanda é considerada a “mãe do pop dançante brasileiro”.
Desde seu primeiro álbum, tem estreita ligação com o movimento Funk Brasil surgido nas favelas do Rio de Janeiro no final dos anos 80. Fernanda foi e continua sendo um importante vetor de conexão desse movimento junto a classe média brasileira, fazendo o link morro-asfalto. Hoje é considerada a “madrinha” do Funk Carioca, estilo musical que ajudou a popularizar e consolidar.
Fernanda lança no álbum “SLA 2-Be Sample”/1992, o petardo musical “Rio 40 graus”, um retrato sem maquiagem do Rio de Janeiro, tornando-se o hino informal da cidade e transformando Fernanda numa referência icônica.
Com o lançamento do álbum “Da Lata”/1995, produzido por Liminha e Will Mowat da banda inglesa “Soul II Soul”. Fernanda atravessa as fronteiras com o single “Veneno da Lata” e inicia sua carreira internacional apresentando, especialmente na Europa, sua moderna música brasileira em diversas turnês de seus álbuns subsequentes.
Respeitada e admirada pela cena musical brasileira e conhecida por sua vocação aglutinadora, Fernanda lança entre 1996 e 2020 os álbuns “Raio X” / 1997, “Entidade Urbana”/ 2000, “Na Paz”/ 2004,“MTV ao Vivo”/ 2006 e “Amor Geral”/ 2016 com diversas participações entre elas:
Carlinhos Brown, Mario Caldato, Chico Science e Nação Zumbi, Planet Hemp, Marcelo D2, Lenine, Herbert Vianna, Gilberto Gil, João Donato, Eumir Deodato, Martinho da Vila, Jorge Benjor, Mart’nália, Dj Marlboro, Afrika Bambaataa entre outras.
Nesse período também participa de diversos projetos de grandes nomes da música nacional como Roberto Carlos, Carlos Lyra (um dos pais da Bossa Nova), Velha Guarda da Escola de Samba Mangueira entre outros.
Nos anos da pandemia mundial da Covid 19 (2020/2021) e celebrando 30 anos de carreira solo, Fernanda lança em 2020 o CD e DVD “Amor Geral (A)Live” , registro áudio visual do álbum homônimo e em 2021 “30 anos de Baile”, álbum de remixes ao lado de 14 DJs renomados, celebrando sua parceria com cena eletrônica brasileira na qual é parceira desde 1990.
Em 2024, com 42 anos de carreira bem sucedida, com diversos álbuns e singles lançados, turnês nacionais e internacionais, Fernanda é presença marcante em grandes palcos e festivais como Rock in Rio, onde se apresentou em 6 edições desde a primeira e emblemática edição de 1985, Hollywood Rock/RJ, Ceará Music/CE, Planeta Atlântida, Rock The Mountain/RJ, Coala Festival/SP, Festival MADA/RN entre outros.
Tendo uma relação profunda com a cidade do Rio de Janeiro e ciente das desigualdades e contradições do tecido urbano, a artista é parceira em diversos projetos sociais como “Conexões Urbanas” do Grupo Cultural Afro Reggae da favela de Vigário Geral, Coopa Roca, cooperativa das costureiras da favela da Rocinha, “Projeto Morrinho”, coletivo de artes plásticas da favela do Pereirão (Bienal de Veneza / 2007), “Passinho do Funk” movimento de dança criado nas favelas cariocas e CUFA, Central Única das Favelas, a mais importante organização que promove ações afirmativas no âmbitos político, social, esportivo e cultural realizadas nas favelas e periferias do Brasil.
Como reconhecimento por sua contribuição `a cultura carioca e brasileira, Fernanda Abreu recebeu alguns títulos importantes como a Ordem do Mérito Cultural do Brasil agraciada em 2009 pelo então Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, por sua contribuição `a cultura brasileira, Em 2008 recebe a Medalha Chiquinha Gonzaga, maior condecoração destinada `a mulheres que se destacam na área cultural e em 2010 o Título de Cidadã Benemérita da Cidade do Rio de Janeiro.
Sempre apontando novos caminhos, Fernanda Abreu segue compondo, cantando, dançando e produzindo música brasileira de alma carioca na sua brilhante e sólida trajetória de assinatura única, comunicando-se com públicos de diferentes gerações e classes sociais, de diversas regiões do país e atravessando as fronteiras nacionais com seu carisma e performance fazendo jus ao título de eterna “Garota Carioca Suingue Sangue Bom”.